31 de out. de 2010

Bolero de Ariadne

ainda pensei no fluxo de voltar como se eu nunca tivesse ido, mas o que me negava era com sorriso de alívio. engoli todo o caminho que devolvi no vaso de porcelana rachado e, enquanto ainda respirava, prometi a mim mesma não repetir a dose. foi o tempo de me recompor, de achar alguma finura no gesto de recusar o último gole, de mexer no fundo do copo três cubos de medo com as pontas dos dedos dormentes. foi só esse o tempo de saber que o giro termina sempre no mesmo lugar e que vou cair (ah vou) no meio do salão: solta.