Eis o mais novo cartão postal da grande capital do terceiro mundo: A ponte Octavio Frias de Oliveira.
[clap, clap, clap]
Vejam que além de ostentação, a ponte oferece uma série de vantagens: Ligar o engarrafamento da Água Espraiada com o da Marginal Pinheiros, concretizar literalmente a política do que pode ser tocado mas pouco usufruído (política paulistana essa tendo como principal pioneiro o glorioso ex-prefeito Paulo Maluf), e, claro, servir de um grande adorno para os Estúdios Globo de jornalismo, coincidentemente situado a frente do novíssimo sightseeing paulistano, e que agora abre as janelas celebrando com o slogan: "SPTV, jornalismo transparente até no estúdio". Mas como nem tudo que reluz é ouro, os pupilos de Roberto Marinho tiveram de adiar a estréia do novo cenário - era luz demais nas notícias, sabe. Para ajustar a iluminação, tiveram de abrir mão das câmeras de alta definição que, em conjunto com o sol, interferiam na feição dos jornalistas, deixando-as deveras expostas: Sol do meio-dia não é fácil! Ainda bem que notícia ainda não cheira, não é mesmo? Pois o Pinheiros, rio onde a ponte atravessa, ainda fede, e muito! Mas concordemos que aplicar o mesmo montante final da ponte (R$ 260,000,000,00 até onde temos notícias) para despoluir as águas putrefatas do Tietê paulistano e seus afluentes seria por demais demodê, né?!Assim se configura o grande X do governo Kassab / Serra (PSDB/DEM).
"Como é que faz pra lavar a roupa?
Vai na fonte, vai na fonte
Como é que faz pra raiar o dia?
No horizonte, no horizonte
Este lugar é uma maravilha
Mas como é que faz pra sair da ilha?
Pela ponte, pela ponte"
Bem que os moradores das casas de papelão da favela Jardim Edite, localizada próxima a Berrini (m² mais caro da cidade), poderiam ter cantado a música de Lenine quando finalmente o mais novo projeto megalomaníaco de São Paulo foi concluído, mas preferiram comemorar o resultado alcançado na Justiça que garantiu a área às famílias assentadas próxima à ponte. É que a prefeitura de Kassab pretendia dar mais uma clariada na área desocupando e demolindo os barracos na rota do moderno projeto urbanístico que a ponte empreende. O porém foi que o dinheiro arrecadado para acomodar os moradores com supostos "cheques-despejos" entre R$5 mil e R$ 8 mil e vaguinhas no CDHU, vulgo "cingapura" - prédio fachada para esconder favela criado pelo saudoso (olha ele aí de novo, gente!) ex-prefeito Paulo Maluf, no bairro de Campo Limpo, a 18Km da Glob... ops... da ponte, foi usado também para dar um help na construção do grande X empresarial.
Mas o problema de se lavar roupa em água podre é que a roupa nunca fica limpa, o branco nunca fica branco, o transparente mancha tanto quanto jornalismo tendencioso. Isso sem contar o futunzinho exalado nos tecidos tão mal lavados como, os expectadores atentos hão de superar a limitação olfativa tecnológica, aquele globinho fedido.
Mas o problema de se lavar roupa em água podre é que a roupa nunca fica limpa, o branco nunca fica branco, o transparente mancha tanto quanto jornalismo tendencioso. Isso sem contar o futunzinho exalado nos tecidos tão mal lavados como, os expectadores atentos hão de superar a limitação olfativa tecnológica, aquele globinho fedido.