27 de dez. de 2013

recanto

é que essa onda vem de novo
me falando em português
que do outro lado
há de talvez
seguir a linha do abismo
tom grave da minha 
voz e agora
a sós eu procuro 
e me desnudo no rabisco
que vai até a barragem
do seu riso 
que diz
bobagem boa
enquanto a embriaguez
assim
nos levaria
à linha
da tua voz que
me chama do outro lado 
de parede

mas me resguardo 
da fome e da sede
de tabuadas inexatas 
que me apontam o lado
das horas descompensadas

acerto o meu relógio 
para no acaso
ser o que pode
permanecer no fim

Te vejo a um passo
Do mais sofrego atraso
E ainda assim
Te aguardo fora de mim

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