8 de dez. de 2015

repriso

e repriso _ Não por dentro corpo e suas dimensões, mas exatamente no meio dessa noite recortando sombras, esperando vozes quando o que essas mãos poderiam fazer é afiar as lâminas do resto das horas.
e repriso _ Não pelo suor que escorre o resto de pele, mas pelas unhas que arranham as dobras que me cobrem enquanto contorno marcas que nivelam o desespero, o tempo, a persistência depois daquilo que não ficou.
e repriso _ Não pelo chamado oco, mas pelas cordas que prosseguem tensas, o volume da minha respiração que assusta quando suspendo o próximo segundo antes de reprisar:
_ Não pelo grito, não pela rua, não por ninguém, mas pelo o que não pode ouvir através da porta que mantém o que seria e encerra em suas extremidades o que não quero responder:
repriso.

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