Que o tédio seja o marco inicial. Que na falta de algum movimento, quando a poeira repousa sobre os móveis, pesadas, tocarem as superfícies esquecidas nos cantos dos cômodos, eu esteja entre tudo que recebe o toque de algum abandono desentendido e não saiba mais o que é cinza, pó, indiferença ou a pressa das coisas quando cada movimento é tão devagar. A idéia seria uma outra palavra entre quietudes e preguiças vespertinas, mas o som é o mesmo desde o grande atrito quente das moléculas, simplesmente as mesmas ondas que reverberam. Pensava ainda que para reparar toda inanição bastava abrir a boca e comer, mas me viria o gosto deste mesmo som que lhes oferto. Se não bastasse, abriria a janela, mas as partículas levantam do asfalto e entram. Sim, agora com algum movimento.
Foi que da voz velha saiu um sim.
Um comentário:
ainda bem que não fizemos promessas ou apostas...
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