17 de jan. de 2014

tabacaria química

penso escrever um e-mail ou coisa do tipo/ mas me canso ao pensar nas consequencias que isso pode ter/ sim/ pois um dia me falaram que cansamos os outros/ eu nao quero cansar ninguém quando me canso das coisas quietas | poderia inventar fórmulas mágicas e exercícios de repetiçao do silencio/ mas é exatamente isso que estou fazendo agora/ conduzo esse silencio do meu futuro interlocutor e imagino suas caras/ espero a boca se abrir/ espero o corte desse incomodo usual/ espero demais e nao vou provar que sou sublime por agora/ escrita seca nos olhos enuviados da fumaça densa desse tabaco adocicado/ doce/ no fundo da língua o que pedi com os olhos de mais de trinta kilos/ recolho meu peso nao como questao de bom senso/ mas por saber daquele outro cansaço/ agora o de pedir mais uma fórmula descafeinada de permanencia/ paro para pensar/ o copo no canto da mesa e nem sei quem era aquela que se sentou sozinha/ pensava esta em estruturas carbonicas e disseram que essa indisposta metafísica está na ausencia de uma fantástica ligaçao iônica que esqueceu o nome| o e-mail faria pouco sentido já que nao trago nunca urgencias urgentes/ trago o que se resolve nesse aroma que agora já volta para a garganta sem absolutamente nada além do que já passou/ sem prazer estético algum/ sem nenhuma forma que se preze/ só o reconhecimento de que te gastei da melhor forma possível/ a do teu cansaço para o meu alívio o meu beijo  um até logo ou algo do tipo

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