29 de jan. de 2014

to the valley below

sempre estou mais para um café antes de me levantar e atender o pedido e ceder esse assento para a outra parte que impaciente me olha batendo os pés no assoalho oco desse chão que aquela moça andava de salto agulha. Mais um café e já disse que saio e te deixo discos, retratos e um pouco do que havia debaixo da minha pele:

retomo tudo quando mudarmos de forma
e essa senhora nada discreta
tomou o lugar que sempre teve

Quanto mais forte o café, mais forte o fumo
que servia para sentir suas unhas
no meu pulso

Foi com a voz trêmula que vi seu refrão que no estribilho
ainda escondia
a sua garganta cheia de ar

pouca diferença faz
pra quem só escuta o próprio nome

Mais um café pra quem não sabe mais o que responder
quando estamos assim tão calados
acertando despertadores
errando partidas


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