não sei se como posso ser até o fim de
tudo ao que não alcança
do outro lado quem me espreita e circunda a imagem perdida por hoje
eu não posso e nem quero me prender a vista que não me olha,
molha pela chuva da capital da América Latina se devo ficar ou se devo ir?
respira-me o anonimato de andar e fazer de qualquer bobagem o meu lema que teima em dizer adeus no fim do metrô consolação.
Quem, me diga quem não se despediu de alguma expectativa diminuta, quem nunca sentiu o hálito ruim do metro e saber que ainda se tem alguma casa e que ali se fica.
Casa é o que não se prende aos sapatos, casa é o que se bate com força sem vontade de voltar mas se volta, com três reais nos bolsos e a sensação que deveria ter ficado. Mas enfrentar as ruas não é pra qualquer um, e qualquer um está à espreita.
Quantas orações à Marcelo preciso dar para fazer isso tudo mais uma vez, pois já estive aqui e mais uma vez estou no cartaz, naquela folha descacada dos outdoors e ácido alumínio por debaixo do retângulo de oportunidades imperdíveis;
Imperdível é Lucas, imperdível é o seu toque e sua barba por dentre seu sorriso e o não acreditar quando digo que estou voltando, dessa vez para mim.
É só mais um tempo
é só mais esse tempo e nos vemos
é só qualquer lugar e nos tocamos
é só mais eu e você e vemos
é só mais isso
três tempos de prosa,
e voltamos pra casa
dessa vez cada um para sua que também é minha.
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