29 de abr. de 2012

Reminding P,

todos os meios que se chega a alguém viam-me por tubos
não sei se como posso ser até o fim de
tudo ao que não alcança

do outro lado quem me espreita e circunda a imagem perdida por hoje
eu não posso e nem quero me prender a vista que não me olha,

molha pela chuva da capital da América Latina se devo ficar ou se devo ir?

respira-me o anonimato de andar e fazer de qualquer bobagem o meu lema que teima em dizer adeus no fim do metrô consolação.

Quem, me diga quem não se despediu de alguma expectativa diminuta, quem nunca sentiu o hálito ruim do metro e saber que ainda se tem alguma casa e que ali se fica.

Casa é o que não se prende aos sapatos, casa é o que se bate com força sem vontade de voltar mas se volta, com três reais nos bolsos e a sensação que deveria ter ficado. Mas enfrentar as ruas não é pra qualquer um, e qualquer um está à espreita.

Quantas orações à Marcelo preciso dar para fazer isso tudo mais uma vez, pois já estive aqui e mais uma vez estou no cartaz, naquela folha descacada dos outdoors e ácido alumínio por debaixo do retângulo de oportunidades imperdíveis;

Imperdível é Lucas, imperdível é o seu toque e sua barba por dentre seu sorriso e o não acreditar quando digo que estou voltando, dessa vez para mim.

É só mais um tempo
é só mais esse tempo e nos vemos
é só qualquer lugar e nos tocamos
é só mais eu e você e vemos
é só mais isso

três tempos de prosa, 
e voltamos pra casa

dessa vez cada um para sua que também é minha.

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